Pedro Cardoso analisa Bolsonaro: "um homem iludido com a própria virilidade"

  • Por Jovem Pan
  • 25/06/2018 12h12
Jovem Pan Ator está em cartaz em São Paulo com três espetáculos simultâneos

Pedro Cardoso está vivendo em Portugal com a família há cerca de três anos. Mesmo assim, nosso eterno Agostinho Carrara continua atento à realidade social e política brasileira. Especialmente agora em ano de eleição. Em uma rápida passagem pelo Brasil, o ator visitou o Morning Show da Jovem Pan e, como sempre, soltou algumas opiniões fortes sobre o cenário. Falou da relação que tem com o primo e ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso, dos casos de corrupção envolvendo o PT e o PSDB e da postura do juiz Sergio Moro. A análise mais profunda, no entanto, apareceu quando foi questionado sobre a ascensão de Jair Bolsonaro.

“Acho o Bolsonaro um homem iludido com sua própria virilidade. Tenho compaixão e amizade com os eleitores dele, temos que aprender a separar isso no Brasil. Busco compreender o que leva alguém a ter uma ilusão em um homem como ele, com uma virilidade ostensiva e que elogia homens comprovadamente perversos. Entretanto algumas pessoas acreditam que ele pode ser bom. Fico me perguntando que medo está dentro delas que faz criar essa demanda. A psicologia nos explicou que isso tudo é mentira. Que nem mulheres são exclusivamente mulheres e nem homens são exclusivamente homens. Isso nada tem a ver com sexualidade, tem a ver com a pessoa viver a integridade da sua personalidade. Ele é um homem pela metade. Um homem que é só homem é meio homem”, declarou nesta segunda-feira (25).

Já ao falar sobre FHC, o astro foi só elogios. “Sou muito amigo dele. Temos um convívio familiar de excelente qualidade. Gosto de conversar, ele é muito inteligente, gosto de ouvir o que ele pensa. Nunca votei nele nem em ninguém do PSDB. Acho que o partido não vale a grama onde pasta. Não vejo diferença com outros partidos. É a mesma coisa com o PT, em que votei minha vida toda. O PT não resistiu chegar ao poder, confundiu-se. Então minha amizade com ele me orgulha por ser um exemplo de democracia. Somos primos, amigos, mas nunca votei”, disse.

Ainda debatendo política, o convidado se mostrou satisfeito com algumas consequências da Operação Lava Jato, mas também criticou a postura do juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol de, segundo suas palavras, “ter mais alegria” em condenar membros do PT.

“Sou fã ardoroso da Lava Jato, mas não tenho simpatia pessoal pelo Moro nem pelo Dallagnol. Não tenho. Acho que são inimigos das ideias do PT. O PT é responsável por muitos crimes, sim, mas é complicado. Acho que eles têm mais alegria em condenar o partido do que tem com o PSDB, por exemplo. É a minha impressão. Os fatos, como eles dizem, são difíceis de serem contestados. Tecnicamente sou leigo, não consigo avaliar com precisão como eles julgam. O povo brasileiro é leigo, ser leigo é um direito de toda pessoa. E minha opinião de leigo é que eles são agressivos nas atitudes”, afirmou.

Em meio ao  descrédito, o que sobrou então da esquerda brasileira? “Sobrou o ideal. Não me despi dos meus ideais nem das minhas crenças”, concluiu.  Por fim, comentou sua postura perante à Copa do Mundo da Rússia, que considera ser um “ópio” necessário, e os projetos que desenvolveu e foram recusados pela TV Globo e por outras emissoras nacionais após o fim do seriado A Grande Família. Todos os vídeos estão no canal do programa no YouTube.

Nessa passagem pelo país, o ator ficará em cartaz no Teatro MorumbiShopping, em São Paulo, com três espetáculos simultâneos: a comédia O Autofalante, o improviso Uãnuêi e a montagem infantil Nem Sim Nem Não. Mais informações nesse link.

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